quinta-feira, maio 28, 2009

Cerimônia de Aparecida Kannon
Bosatsu da Paz Universal



Desta vez faremos a cerimônia das 9h da manhã até às 20h em frente ao templo.

Durante o dia será vendido cachorro-quente, velas aquáticas e um adesivo da Cerimônia.

Todo um esforço para angariar fundos para a conclusão das obras do novo prédio, o Grande Espelho.

Apareça e contribua!

Templo Busshinji
Rua São Joaquim, 285 - Bairro da Liberdade - São Paulo

Mal

"...eu não posso causar mal, mal nenhum, a não ser a mim mesmo..."
Cazuza

sexta-feira, maio 22, 2009

Sesshin de inverno 2009


Clique na imagem acima para ampliar

Acontece de 22 a 26 de junho no Templo Busshinji o Sesshin de Inverno 2009.

As inscrições estão abertas e o período de cinco dias tem um custo de 150 reais. Avisamos que não dispomos de hospedagens, por isso os interessados devem providenciar alojamentos nos hotéis próximos, pensões ou na casa de amigos.

A Cerimônia de Abertura deve ocorrer no dia 22, às 10hs. Os inscritos devem chegar antes deste horário para os preparativos como entrega e preparo de oryoki, para os que não tiverem, ocupação dos locais de prática, funções, etc.

O retiro será coordenado pela equipe de monges do Templo Busshinji e, como responsável, o Superior Dosho Saikawa.

O Templo Busshinji fica na Rua S. Joaquim, 285, Bairro da Liberdade, São Paulo. Inscrições no local. Tels: (0xx11) 3208-4345/4515

segunda-feira, maio 18, 2009


O tempo psicológico está para as pessoas assim como o vidro está para a mosca.
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terça-feira, maio 12, 2009

Sankon Zazen Setsu

Sankon Zazen Setsu
Três tipos de praticantes Zen

Keizan Zenji

Aquele cujo zazen é do tipo mais profundo não tem interesse em como os Budas podem surgir no mundo atual. Ele não especula sobre as verdades que não podem ser transmitidas nem pelos Budas e Ancestrais. Ele não tem nenhuma doutrina sobre “todas as coisas serem expressão do self” porque ele está além de “iluminação” e “delusão”. Uma vez que suas visões nunca partem de ângulos dualistas, nada o obstrui, mesmo quando distinções aparecem. Ele apenas come quando tem fome. Ele apenas dorme quando está cansado.

Aquele cujo zazen é do tipo médio abandona tudo e rompe todas as amarras. Através do dia ele nunca está ocioso e assim cada momento da vida, cada respiração, é a pratica do Dharma. Ou então ele pode concentrar-se em um koan, olhos fixos, com o olhar em um ponto como a ponta do nariz. Considerações sobre vida e morte, ir e ficar não são vistas em sua face. A mente da discriminação não pode jamais penetrar a mais profunda imutável verdade, nem entender a Mente-de-Buda. Uma vez que não há pensamentos dualistas, ele é iluminado. Do mais distante passado até o presente momento, a sabedoria é sempre brilhante, límpida e reluzente. Todo o universo através das dez direções é subitamente iluminado por sua fisionomia, todas as coisas são vistas em detalhe em seu corpo.

Aquele cujo zazen é apenas comum vê as coisas de todos os lados e liberta-se de boas e más condições. A mente naturalmente expressa a Verdadeira Natureza de todos os Budas porque Buda está exatamente onde seus pés estão. Assim, ações incorretas não surgem. As mãos se unem no mudra da realidade e não estão atadas a nenhuma escritura. A boca está firmemente fechada, como se os lábios estivessem selados, e nenhuma palavra de doutrina é dita. Os olhos nunca estão plenamente abertos nem fechados. Nada é visto do ponto de vista da fragmentação e palavras boas e más não são ouvidas. O nariz não discrimina os cheiros como bons ou maus. O corpo não se apóia em nada e toda a delusão cessou. Uma vez que delusões não perturbam a mente, nem pesar nem júbilo aparecem. Exatamente como uma escultura de madeira de Buda, tanto a substância quanto a forma são verdade. Pensamentos mundanos podem surgir, mas eles não perturbam porque a mente é um espelho brilhante, sem traços de sombras.

Os Preceitos surgem naturalmente do zazen, sejam eles os cinco, oito ou os Grandes Preceitos do Boddhisattva, os Preceitos monásticos, as três mil regras de conduta, os oitenta mil Ensinamentos ou o supremo Dharma dos Buddhas e Ancestrais Despertos. Nenhuma prática, definitivamente, pode ser equiparada ao zazen.

Se um só mérito pode ser alcançado com a prática do zazen, é mais vasto que a construção de cem, mil ou incontáveis mosteiros. Pratique shikantaza, apenas sentando-se incessantemente. Fazendo isso, nos libertamos do nascimento e morte e realizamos nossa própria Natureza-de-Buda que está escondida.

Em perfeito bem-estar, vá, fique, sente e deite-se. Vendo, ouvindo, entendendo e sabendo são a manifestação natural da Verdadeira Natureza. Do princípio ao fim, mente é mente, além de argumentos sobre conhecimento e ignorância. Apenas faça zazen com tudo aquilo que você é. Nunca se perca disso ou distancie-se disso.

segunda-feira, maio 04, 2009

Refúgio


"Verdade é o que nunca foi escondido. Se você tiver olho, dá para ver à sua frente, está tudo manifestado."
Mestre Tokuda

sexta-feira, maio 01, 2009



- Mestre, o que faço para parar de pensar tolices? A todo momento me vêm coisas inúteis à mente.
- Jusshi - respondeu o mestre - você fala tolices na presença do mestre para que o mestre as ouça?
- Não, não. Na presença do mestre procuro me concentrar, muitas vezes não consigo pensar em nada sequer! - respondeu o discípulo.
- Jusshi, você fala coisas inúteis com o mestre?

O discípulo olhou para o mestre e a resposta estava em seus olhos, nenhuma palavra saiu de sua boca. O mestre ficou em silêncio, e o silêncio perdurou por poucos segundos sem fim. Neste momento Jusshi se iluminou.

º º º

Uma grande prática é parar de falar coisas inúteis, repetitivas, que sabemos que não servem e não acrescentam nada a nada. Que, se servem, servem apenas para esconder o silêncio, o silêncio da amizade, da beleza de uma planta, ou de uma cadeira velha. Esta prática se torna mais difícil na presença de grupos de amigos onde acreditamos estar presentes alimentando este tipo de conversa inútil. Nessas horas calar e observar é uma grande coisa. A fala é a nossa expressão, a fala é um sistema, ela alimenta corpo e mente num ciclo onde corpo e mente voltam a alimentar novamente a fala. Esse círculo é constante e sem fim, então se o alimentamos com inutilidades ele gera inutilidades, perda de energia e tempo, e se o alimentamos com essas coisas, essas coisas terão que sair em algum momento, e aí é difícil não falar, parece quase impossível não falar tolices, estamos transbordando. Ao mesmo tempo que se o alimentamos com o nobre silêncio, ou com conversas consequentes dentro da prática da iluminação, é nessa direção que nosso corpo e mente seguirão.

A roda do samsara e a roda do dharma.

Claro que, o bom, velho e fino, senso de humor é uma outra categoria.