quarta-feira, abril 29, 2009

O novo prédio para a prática do zen

Grande espelho é nome do novo prédio anexo ao Templo Busshinji. Grande espelho é a ausência total de ego e profunda integração com a natureza original das coisas.

Continuamos recebendo doações para finalização das obras, faça a sua colaboração!

Você pode fazer uma doação para a construção do novo prédio do Templo Busshinji, ligue para 11 3208-4515 ou 3208-4345 e fale com Satico Suzuki ou Mitsuyo Kamimura.








Aqui faremos a prática do total silêncio, de corpo e mente, o Shikan-taza. Aqui é o zendô.


Vista do terraço, onde haverá jardins.

segunda-feira, abril 27, 2009

Aniversários


Nesta quinta-feira passada foi aniversário de 60 anos de nosso Mestre Saikawa. Comemoramos no sábado seguinte com um pouco de vinho, alegria e muita descontração, logo após a cerimônia de Aparecida Kannon Bosatsu.


E foi também aniversário de nossa inestimável amiga e companheira Sawa San.


(Clique na imagem para ampliar)

sexta-feira, abril 24, 2009

Arhat


Os contemplativos empenham-se,
em morada eles não se aprazem;
Como cisnes abandonando a lagoa,
abandonam eles morada após morada.
(Dhammapada)

quinta-feira, abril 16, 2009

Nada muda


"Quando nos encontramos livres de amarras - sem cogitar o bem ou do mal - é preciso não abismar-se no vazio puro e assumir a imobilidade da morte. Melhor esforçar-se para ampliar o saber e os conhecimentos a fim de alcançar o estado original e compreender a fundo a sabedoria de todos os iluminados. Deve-se cultivar um convívio harmonioso e simpático com os outros e banir a idéia paralisante do "eu" e do "tu" até chegar à completa liberação e à plena certeza de sua verdadeira natureza - que é imutável."

Huei-Neng

sábado, abril 11, 2009

Retiro de Outono - Templo TAIKANJI

II Retiro de Outono
18 a 21 de abril de 2009

Passe um feriado muito especial com práticas de Meditação Zazen e Hatha Yoga, além de uma alimentação vegetariana saudável e balanceada, em meio à Serra da Mantiqueira, no belíssimo Templo Zen Budista TAIKANJI- Pedra Bela, SP.

Programação diária:
Zazen - 6 períodos de 30 min.
2 aulas de Hatha Yoga com Dafnis C. Proença
Palestra e caminhada na mata

Mais informações e contato: Monge Enjo Stahel (11) 9555-2378
Contribuição: R$ 70,00/dia (vagas limitadas)
Obs: Levar roupa de cama, cobertor, lanterna e chinelo para usar dentro da casa.

quinta-feira, abril 09, 2009

Templo TAIKANJI

TEMPLO TAIKANJI , em Pedra Bela , no pé da Mantiqueira.
Zazen , yoga , deliciosa comida vegetariana , belíssima paisagem ....












ENJO-San é o Maestro que conduz com serenidade , gentileza e harmonia a integração dos praticantes com a Natureza.

Cada ásana me faz una com o Universo e me confundo com a majestosa ninféia no lago , com as flores lindas , diferentes , com o som dos insetos e das folhas dançando ao vento , com os bambus de várias espécies , com os cachorrinhos recém nascidos que dormem nos sapatos ....


Lá , até a chuva é mais bonita !

Ahhh, como é bela Pedra Bela !!!

segunda-feira, abril 06, 2009

O lado escuro da lua

É tão difícil e doloroso lidar com os outros
eles nos tiram do eixo e não correspondem
ao que gostaríamos que fossem
ou não estão a todo momento no mesmo palco (teatro) que nós

É tão difícil lidar com nós mesmos
acabamos sempre perdendo o eixo
e não somos como gostaríamos que fôssemos
ou erramos quase sempre nos mesmos pontos o nosso papel

O inferno são os outros, diz Sartre
O inferno somos nós mesmos

Um aparente jogo de espelhos
Carma circular gigantesco
se auto-alimentando dentro de um sonho
Perpetuando a ignorância em arroubos de descontroles e conveniências

Deixemos, agora, de acreditar, de verdade!, no teatro da sociedade...

Porquê toda a nossa dificuldade em lidar com o outro
é a mesma em lidar com nós mesmos
Toda agressividade que vem do outro
é a nossa agressividade quando respondemos a altura
ou nos chateamos com isso
Toda a gozação e despeito é o pouco caso que encerramos e manifestamos aqui dentro simultaneamente quando nos tornamos vítimas nesse jogo - a mesma moeda

Aí está o valor da sangha, convivemos com pessoas
que aceitam participar do mesmo palco, da mesma peça
Dramaturgia sem história, sem fim e sem princípio
Embora haja figurino, papéis e até objetivos aparentes

Devemos aceitar o vazio entre nós todos
E não mais uma vez sofrer (entrar em conflito) à altura do sofrimento (conflitos) do outro
Isso não é compaixão. Se eu puder ver a insatisfação do outro
e puder ver a minha própria insatisfação, e saber
silenciar, e saber calar aqui e agora, e contemplar...

O sofrimento do outro pede ação, ou não-ação
O ciúme, o mau-humor, a agressividade, a inveja, o medo
são sofrimentos nossos, dividimos isso. Ou não...
Também a dor, a doença, a perda e a velhice são comuns.
Ajudar efetivamente é compaixão.

Sobretudo, compartilhamos o caminho
Compartilhamos o método para o acordar
Somos inspiração, uns para os outros
Não seguimos nem somos os "nossos" carmas.
Observamos e somos o próprio Dharma.

sexta-feira, abril 03, 2009

Lendo o registro de Eihei Dogen

por Mestre Ryôkan

(traduzido para o francês e inglês por Daniel Leignton e Kazuaki Tanahashi)

Em uma noite sombria de primavera, por volta de meia-noite,
a chuva misturada à neve caía sobre os bambus no jardim.
Eu buscava tranqüilidade em minha solidão, mas não alcançava.
Minha mão, atrás de mim, alcançou o "Registro de Eihei Dogen".
Diante de minha mesa de estudos, sob a janela aberta, ofereci incenso, acendi uma luz e me pus a ler, tranqüilamente.
"Corpo-espírito abandonados" é simplesmente a verdade última.
Em milhares de posturas, dez mil aspectos: um dragão brinca com uma jóia.
Sua compreensão além das categorias [padrões condicionados], purifica a corrupção corrente [as impurezas da mente-espírito].
O estilo do grande mestre reflete a imagem da Índia.

Me recordo de tempos passados, quando vivia no Monastério Entsu,
e meu mestre ensinava o Shobogen, o olho da verdadeira lei.
Naquela época, houve uma ocasião de me voltar para a Lei,
então pedi permissão para lê-lo, e eu o estudei intimamente.
Pude compreender que até então eu dependera somente de minhas próprias capacidades.
Depois disso, abandonei meu professor e perambulei por toda parte.
Entre Dogen e mim, que relação há?
Por toda parte onde eu ia, praticava com devoção o olho do verdadeiro Dharma.
alcançando as profundezas e chegando ao veículo [quantas vezes alcancei a corrente, quantas vezes alcancei as profundezas?]
Neste ensinamento, não há falta. Assim, estudei completamente o mestre de todas as coisas [aquilo que rege todos os fenômenos].

Agora, quando tomo em minhas mãos o Registro de Eihei Dogen e o examino,
o tom não se harmoniza com as crenças comuns.
Ninguém soube distinguir a jóia da pedra.
Por quinhentos anos esteve coberto de pó,
simplesmente porque ninguém teve um olho para distinguir o dharma.
Para quem toda esta eloquencia foi exposta? [a quem se destinavam estas palavras eloquentes?]
Lamento tempos passados e o presente me aflige. Meu coração está exausto. [Ansiando por tempos passados e lamentando o presente, meu coração está exausto].

Uma noite, sentado diante da luz, minhas lágrimas se puseram a correr, e caíram sobre o registro do antigo Buda de Eihei.
Pela manhã, o velho homem que morava ao lado veio ao meu eremitério de palha [minha cabana de palha].
Ele me perguntou por que o livro estava molhado.
Eu queria dizer algo, mas nada me ocorria.
Eu estava profundamente embaraçado, incapaz de dar uma explicação.
Meu espírito profundamente agitado, deixei pender a cabeça por um instante e então encontrei algumas palavras:
"A chuva da noite passada se infiltrou na cabana e encharcou minha estante de sutras".

(Tradução para o português: Martha Waryu)

Postagem a pedido de Karin Waryu

quinta-feira, abril 02, 2009

Dia sim

Não há nada melhor do que nada fazer
Seja de dia, à noite ou pela madrugada
Fazer nada, de pé, sentado ou deitado
E nem sequer cogitar ter feito algo

Assim perambulam os dias
Assim o tempo não vai passando
E o futuro não amedronta, porquê nunca vem
Só dormindo, que ainda não é possível - nada fazer.

Um conhecido revelou não ter tempo pois precisa se ocupar
em 4 trabalhos distintos para garantir a aposentadoria
Não tem tempo para cultivar o corpo (mente) além do samsara
Vendo assim é que me descobri aposentado, desde há muito
Tendo muito tempo para fazer muito daquilo que só teria tempo
de fazer quando enfim um dia me aposentasse.
Porém, como esse dia não há de chegar,
vou ainda produzindo coisas no dia-a-dia,
aperfeiçoando e vendendo coisas sem fim.
Muito embora reconheça a grandeza do Nada Fazer
Seja de dia, à noite ou pela madrugada...