domingo, outubro 26, 2008

Refugiar-se


"Se o ser que mais amo no mundo (viesse) me perguntar que escolha ele deve fazer, e qual é o refúgio mais profundo, mais inatacável e mais doce, eu lhe diria para abrigar seu destino no refúgio da alma que se aperfeiçoa".

Maeterlinck

terça-feira, outubro 21, 2008

Sesshin da Iluminação - Busshinji

Estará acontecendo de 10 a 17 de dezembro no Templo Busshinji o Sesshin da Iluminação - Rohatsu Sesshin. Coordenado pelo Superior Dosho Saikawa e equipe de monges do templo. As inscrições podem ser feitas diretamente no Templo Busshinji a um custo de R$ 200. Não haverá pernoite no local. Aqueles que vierem de outros estados e países, devem solicitar a reserva de um hotel nas imediações, que pode ser feito pela recepção do templo.

domingo, outubro 19, 2008

Neurocientista vê seu cérebro se deteriorar

A norte-americana Jill Bolte Taylor descreve em livro sua experiência com o derrame que sofreu aos 37 anos


Jill Bolte, 49, que dá aulas de neuroanatomia


Às 7h de uma manhã de inverno, Jill Bolte Taylor acordou com uma forte dor de cabeça. A luz do sol ofuscava seus olhos. Ao ir até o banheiro, notou certa dificuldade para se equilibrar. Além disso, seu raciocínio estava confuso. Ainda assim, conseguiu tomar banho e se vestir. Só quando seu braço direito ficou paralisado, entendeu: estava tendo um derrame.
Neuroanatomista do Banco de Cérebros de Harvard, Jill passou as quatro horas seguintes observando a própria deterioração cerebral. O processo afetou linguagem, memória e movimentos -e a levou ao "nirvana". Era dia 10 de dezembro de 1996, e Jill tinha 37 anos. Neste ano, ela galgou a lista de mais vendidos nos EUA com o relato de sua recuperação -"A Cientista que Curou Seu Próprio Cérebro" (Ediouro).
O nirvana de Jill decorreu de especificidades de seu AVC (acidente vascular cerebral). Ela teve uma hemorragia no lado esquerdo do cérebro, ligado ao raciocínio lógico. Com o dano, prevaleceu o lado direito, mais abstrato e emocional. O resultado, conta, foi a suspensão da noção de tempo e a sensação de união com o universo.
Nesse ínterim, teve algumas "ondas de clareza". Numa delas, lembrou o telefone da mãe, mas não quis preocupá-la. Então ficou esperando outra "onda" que lhe permitisse lembrar o telefone do trabalho. Quando conseguiu ligar, descobriu que não sabia mais falar. Por sorte, reconheceram sua voz.
"Não senti medo", disse Jill à Folha. "Eu era uma cientista vendo meu cérebro avançar nesse processo incrível de deterioração e não previ que ficaria tão doente. E, quando chegou a hora em que eu poderia morrer, senti uma profunda paz."
A sensação era tão prazerosa que ela diz ter se questionado sobre o benefício da recuperação -o simples ato de ligar uma palavra à imagem mental certa levava horas e a deixava esgotada. O que a motivou a deixar a "divina serenidade" e encarar a reabilitação foi o desejo de ensinar aos outros como atingir a mesma tranqüilidade.
O que Jill propõe é uma forma de aquietar o lado esquerdo do cérebro para aproveitar as vantagens do lado direito.
Uma de suas estratégias consiste em focar a atenção em aspectos sensoriais (como aromas e sons) para se prender ao presente. Outra dica é orar e meditar. No livro, Jill cita um estudo que relaciona a neuroanatomia a experiências espirituais. A pesquisa avaliou praticantes de meditação e freiras e constatou que essas práticas reduziam a atividade de certas áreas do lado esquerdo.
"Nossa habilidade de experimentar a religião e a fé é baseada no cérebro. Quando os neurônios são ativados ou inibidos, experimentamos a união com algo maior", afirma Jill.

Críticas
Pelo tom de auto-ajuda, o discurso atrai críticas. "Há cientistas com a cabeça fechada que estão interessados em discutir a ciência no livro, mas não há uma ciência nova lá. Só uma vivência que condensa o que já se sabe", diz Jill.
Para ela, um dos melhores "remédios" foi o sono. Nas primeiras semanas após o AVC, sua rotina consistia em dormir por seis horas, passar 20 minutos acordada, tentando alcançar algum avanço cognitivo ou físico, e dormir de novo.
Ela também destaca o estímulo que recebeu da mãe nas atividades do dia-a-dia: perguntas cujas respostas eram "sim" ou "não" foram substituídas por questões de múltipla escolha, para que a filha precisasse elaborar uma resposta. "Embora saibamos muito sobre o cérebro, acho que temos um trabalho relativamente pobre na reabilitação cerebral", afirma Jill. "Não honramos o poder curativo do sono. Nos EUA, é comum acordar os pacientes cedo, dar-lhes anfetaminas e empurrá-los para um local repleto de estímulos, com TV ou rádio ligados. Meu cérebro queria dormir justamente para não ter de processar a estimulação excessiva."
Outro erro comum, a seu ver, consiste em dizer aos pacientes que a recuperação pára após os primeiros seis meses. Jill só voltou a fazer operações matemáticas, por exemplo, cinco anos após o trauma.
Hoje, ela dá aulas de neuroanatomia na Universidade Indiana e retomou uma atividade: a de "cientista cantora". A alcunha surgiu quando Jill iniciou uma campanha em prol da doação de cérebros para pesquisa. Como o tema deixava as pessoas tensas, ela tentava descontraí-las passando a mensagem por meio de músicas.
Seu interesse sobre o cérebro tem uma origem familiar. Com um irmão portador de esquizofrenia, ela queria entender como ele pensava. Acabou entendendo mais sobre si mesma.

Amarílis Lage da reportagem local,Folha de São Paulo


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quarta-feira, outubro 08, 2008

Samsara

Praticar o Zazen, é a maneira de não permitir que os carmas da cultura do pensamento humano, manifestados também nas chamadas relações psicológicas cimentados na ficção social, se estagnem em nosso corpo-mente.
É manter apenas a Origem Criativa do Dharma.
Em todo aqui e agora.
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Representação do Patriarca Zen, Bodhidharma.