Todos os meus mortos estavam de pé, em círculo,
eu no centro.
Nenhum tinha rosto.Eram reconhecíveis
pela expressão corporal e pelo que diziam
no silêncio de suas roupas além da moda
e de tecidos; roupas não anunciadas
nem vendidas.
Nenhum tinha rosto.O que diziam
escusava resposta,
ficava, parado, suspenso no salão, objeto
denso, tranqüilo.
Notei um lugar vazio na roda.
Lentamente fui ocupá-lo.
Surgiram todos os rostos, iluminados.
Carlos Drumond de Andrade
Tão bonito...
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