quarta-feira, dezembro 10, 2008

Monges fazem do Copan um templo zen.

Uma vez por mês, eles praticam do alto do prédio ‘zazen’, a meditação sentada.


Uma vez por mês, o edifício Copan, um dos principais cartões-postais de São Paulo, se transforma num inusitado templo budista. É toda terceira sexta-feira do mês, às 7h, quando monges zen da escola Busshinji sobem os 37 andares até o heliponto para praticar a meditação sentada – zazen, sendo “za” sentar e “zen” meditação.

Em fileira, de pernas cruzadas, colunas ereta e atenção na respiração, eles têm à frente centenas de prédios e, no horizonte, o pico do Jaraguá, na zona norte. Apesar do barulho, desligam-se do mundo exterior por uma hora, até ouvirem as oito badaladas do sino da igreja Nossa Senhora da Consolação, na vizinha Praça Roosevelt.

A meditação do alto do prédio surgiu com o cineasta Bruno Mitih, 41, budista há quatro anos. “A primeira idéia foi levar a prática do templo para a rua, e o edifício Copan se apresenta como a montanha dos budistas zen da cidade”.

O professor-monge Jisho Handa, 53, vê o Copan como representação de São Paulo; por isso a escolha. “No heliponto estamos num dos pontos mais altos do centro e a observamos num ângulo de 360°. Assim, expandimos nossas energias.”

O objetivo do grupo, diz Handa, é levar harmonia e compaixão ao maior número de pessoas possíveis. “Vivemos numa cidade cheia de desordem e injustiça. Queremos criar uma sintonia com toda a cidade e inconscientemente a cidade medita conosco, como se fosse uma onda de radio.”

A meditação no alto do Copan é aberta a interessados.

Segundo o sindico do Copan, Afonso Celso dos Prazeres, 69, a idéia foi aceita já no primeiro pedido do grupo. “Sou solidário a qualquer demonstração de ajuda a cidade”, diz. “Inclusive faço meditações em casa.”


Danilo Verpa - repórter-fotográfico.

Um comentário:

  1. "Apesar do barulho, desligam-se do mundo exterior por uma hora"

    As vezes não é fácil comunicar a prática do Dharma, veja, o jornalista percebeu justamente o contrário! Não nos desligamos do mundo exterior, segundo nossa prática exterior e interior são pura convenção. Muito antes pelo contrário, buscamos a Atenção-Plena. Nos desligamos, sim, dos pensamentos pré-concebidos.

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