Quando falamos sobre a iluminação enquanto não a OBSERVAMOS, estamos nos iludindo no caminho, tentamos entender o desconhecido projetando nossa criatividade deludida. Ainda estamos querendo adquirir algo, adquirir conhecimento, consumir, banalizar. Se pensamos que a iluminação depois de alcançada é fixada ou não, é adquirida para sempre, ou não, estamos projetando nossa necessidade de possuir (fixar) algo num mundo onde o possuir é uma ilusão circunstancial. Somos com o universo a própria iluminação, onde perder e ganhar é exatamente a mesma coisa, onde a ânsia da dualidade é nonsense.
O Zen aponta um caminho e é preciso deixar de olhar para a seta que aponta e observar, profundamente, o próprio Zen, entregar-se à esta observação, soltar as mãos das ramagens à beira do rio e afundar como um tronco impregnado pela água no silêncio movediço do fundo. Observe o silêncio. Observe o sol e as folhas das árvores, lá do fundo, completamente envolvido. Pratique o Zazen Shikantaza sem condições, não coloque obstáculos onde não há, aprofunde-se, vá além do que pensa de si mesmo, vá até a ponta da raiz durante os sesshins, descubra onde nascem os rios, radicalize!

Senti-me profundamente tocada por essas palavras. Fiquei sem palavras. Sentei-me em zazen. Obrigada!
ResponderExcluirGasshô,
Kobun.