segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Imagens Rohatsu Sesshin 2005

Em breve Aguarde.

3 comentários:

  1. Quando Siddhartha tornou-se Buddha

    Com imensa felicidade, podemos desta vez participar a todos os praticantes de budismo, em particular os da tradição Soto Zen, um retiro Sesshin realizado no Hondo (Sala de Buda) do Templo Busshinji. Este, em especial, pois se trata do Rohatsu Sesshin: o Sesshin da Iluminação de Siddhartha - o Buda. Durante sete dias, ininterruptos aqueles que se dispuseram a realizar este treinamento submeteram-se a determinadas regras. 1. Vir todos os dias antes das 6hs e ir após as 19h30. 2. Realizar todos os períodos de zazen. 3. Não conversar. 4. Participar das atividades coletivas, como a limpeza dos banheiros, da Sala de Buda, do salão da cozinha. Enfim, obedecer a um programa que visa construir uma mente de harmonia, em que os corações equiparam-se, destruindo pouco a pouco o egoísmo, a vaidade, o orgulho e toda prepotência. Haja visto que Siddhartha, igualmente, após seis anos de intenso treino nas florestas sentou-se finalmente abaixo da árvore de bodhi e durante sete dias submeteu-se a uma prática que envolvia corpo e mente. Quando a mente se desviava, eis que surgia o demônio Mara para atormentá-lo. No Sesshin da Iluminação este demônio surgiu diversas vezes, em forma de desleixo, de preguiça, de orgulho, enfim de todas as formas ilusórias possíveis. No momento da limpeza, que chamamos samu, alguns simulavam trabalhar, mas engavam-se a sí próprios. Mais de uma vez, Mara ganhava a derradeira batalha: "não fico mais aqui", "todos pegam no meu pé, principalmente estes monges...", eram os comentários ouvidos pelas paredes dos banheiros. Assim, Maia somava pontos. Deve ter sido também desta forma que Sidhartha foi acossado sem tréguas pelo demônio Mara e suas terríveis filhas.
    Enfrentando Maia alguns, outros deixando-se levar por ele, o Sesshin avançava pelas manhãs, tardes e início da noite. Cada zazen levava 40 minutos, com 10 minutos de kinhin (meditação andando) e mais 10 para o uso do banheiro. Em seguida, novamente zazen, repetindo-se a mesma programação. Sem descanso, sem trégua.
    Pela manhã, eram realizadas duas sessões de zazen, que são chamadas neste período Kyoten. Após estas, cantava-se o mantra do kessá - takkesague: Dai sai gue da puku - Mu so fuku den e - Hi bu nyorai gyo - Ko do sho shu jo. Ou seja, "Oh grande e maravilhoso manto da libertação - Sem forma e envolvendo todo o tesouro - Visto o ensinamento do Thatagatha - E que eu possa assim salvar todos os seres". Os que possuem o kessá colocam-no sobre o corpo e os que receberam os preceitos de leigo penduram ao pescoço o rakusu - manto menor estilizado. Após este procedimento, é hora do "tempatsu": abrir as tijelas para servir o "shuku" - arroz papa - e conservas de nabo. Tudo isso é feito na posição sentada, ou seja com as nádegas colocadas sobre o zafu.
    No último dia, o sesshin prolongou-se até as 3hs da manhã. Sidhartha também, teria sentado até a manhã do sétimo dia, quando vislumbrou adiante a estrela matutina. De certa forma, os praticantes que vieram ao Sesshin da Iluminação, seguindo os passos de Buddha, seria estranho que não passassem pela mesma experiência. Ninguém dorme. Ainda é escuro quando anuncia-se a Iluminação do Buddha, como também de todos os seres vivos de todo o Universo. Para comemorá-la, é realizada a Cerimônia da Iluminação. Canta-se o Sutra do Coração da Grande Sabedoria - Prajna Paramitta Sutra - e após a leitura da dedicatória, todos ajoelham-se para o recebimento de uma porção de arroz dos cinco sabores. Diz a lenda que Siddharta, depois dos treinos rigorosos por seis anos, teria-se banhado no rio Nairanjana e recebido alimento pela primeira vez da aldeã de nome Sujata. Teria sido ela que dera a Siddhartha um pouco de arroz cozido com leite. Recuperado da fraqueza oriunda da prática da ascese, obteve forças para a meditação sob a árvore de Bodhi. Se para Buddha aquele alimento serviu para atingir a Iluminação, para os do Sesshin, serviria para a Iluminação ao longo dos dias, além das paredes do templo.
    Podemos aprender algo com o Sesshin. Uma das coisas é de que não somos nada, em nosso egoísmo individual. Um Sesshin é possível graças a ajuda de todos, que se esforçam em cumprir uma prática isenta de objetivos senão a dela própria.

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  2. Uma das coisas que Seigen vivenciou neste sesshin foi o esquecimento. O que acredito seja nosso potencial de caminhar em direção ao vazio. Não o esquecimento negligente que deixa carmas para trás, mas a capacidade de esquecer consciente, intencional, compassiva. Primeiro vi cordilheiras, pavões, vi um grupo de três chineses conversando e por último vi uma espécie de monstro abrindo uma geladeira branca. Tudo isso de olho aberto enquanto fazia o zazen. Aos poucos tudo foi sumindo e ficou apenas Seigen ali, no templo de Buda, fazendo zazen. Ah, a dor na coluna que havia me tirado do séria dias atrás, já havia me abandonado...

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  3. Anônimo6:09 AM

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