quinta-feira, julho 16, 2009

Comentário ao
Livro 1 - caso 3

Diferentemente do comentário inicial que cheguei a colocar aqui, o que Joshu chamou de "reconhecer a existência", não parece ser exatamente a iluminação, mas sim o estado que nos encontramos quando temos a certeza de que é preciso entrar no caminho da prática do dharma, assim tudo muda de figura, e chegamos a esta conclusão juntos na última reunião do grupo de estudos no Busshinji. Juntos percebemos que a resposta de Nansen é bastante prática, indicando o caminho do Unsui, ou seja, do monge noviço, que entra para um mosteiro (templo).

Um grande pega que tivemos foi a palavra "castrado", esta metáfora pode ser terrível para nós ocidentais, lembra animais ociosos e gordos e limitação radical - fulano se castra muito, cicrano é castrador e por aí vai. Mas o "búfalo castrado" de Nansen é o ser que propõe a si mesmo castrar seu touro interior, digamos assim, e isto significa submeter o ego selvagem a um treinamento, este sim será castrado para que apareça em seu lugar, radiante, o ser original. Sem os impulsos e desejos desenfreados do ego. A tal casa localizada na frente do portal do templo, segundo o Jisho nos contou por experiência própria, é um lugar onde os postulantes a monge, ou a entrar naquele mosteiro específico, ficam por uma semana inteira, sujeitos a um teste severo para serem admitidos ou não, aí precisam baixar a cabeça e submeter-se - um desafio para o touro selvagem. Por fim, a janela aberta para o despertar, uma visão simples e cotidiana na metáfora recorrente para iluminação, a lua.


Veja abaixo o koan ao qual se refere este comentário.

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