domingo, julho 19, 2009

União

Sempre que nos encontrarmos será a primeira vez
Temos assim um pacto de oportunidade mútua e imediata
Vejo você pela primeira vez e deixo que me veja pela primeira
vez também a cada reencontro - um pacto de liberdade

Reafirmo este ato de liberdade com todos os objetos
do cotidiano. Que a colher, o telefone, o computador,
a dor, a saudade e a mais pura alegria me vejam pela primeira vez
Você sabe, eles nos dão esta oportunidade.

Sempre que te encontrar será pela última vez
Que nosso encontro seja assim, a cada vez
E aquela história linear e fixa de cada um
e de todos nós tornar-se-á obsoleta, vaga

A vida fica viva, pulsante, presente, inteira.
E tudo isso não é preciso adquirir, nem entender
Isto já está bem aqui, faz parte da realidade em que
habitamos, como disse o Patriarca Zen Daikan Eno, isto é apenas:

Auto-usufruto da Natureza Original

Então sempre que nos encontrarmos será uma descoberta
Quando nos despedirmos se abrirá um novo mundo
Fiquemos assim, na borda da mudança eminente, sempre
façamos este pacto, caminhemos no vazio.




Nenhum comentário:

Postar um comentário