Na China, adolescentes "problemáticos" caminham 1000 km em dois meses - como parte do currículo de uma escola especial.
No Gabão, o elefante de floresta atravessa 1/3 do país em duas semanas para se alimentar de sais minerais em uma caverna.
No Japão, o poeta Bashö atravessavou o país a pé certa vez para escrever haikais para a lua que nascia por trás de determinado monte.
"Dias e noites vagueiam pela eternidade, assim são os anos que vêm e vão como viajantes que lançam os barcos através do mares ou cavalgam pela terra. Muitos foram os ancestrais que sucumbiram pela estrada. Também tenho sido tentado há muito pela nuvemovente ventania, tomado por um grande desejo de sempre partir."
Bashö
A interação com o poeta é muito forte e a poesia funde-se à reflexão da vida.Gosto muito dos diários de viagem de Bashô, em especial do trecho que você citou.Disponho de outra tradução, talvez mais poética, mas igualmente bela.Tomo a liberdade de transcrevê-la a seguir:
ResponderExcluir"Os meses e os dias são viajantes da eternidade.O ano que se vai e o que vem também são viajantes.Para aqeles que deixam flutuar suas vidas a bordo dos barcos, ou envenlhecem conduzindo cavalos, todos os dias são viagem e sua casa mesma é viagem.
Entre os antigos, muitos morreram em plena rota.A mim mesmo, já há muito tempo, como giro de nuvem arrastada pelo vento, agitavam-se em mim pensamentos de perambulação."(Bashô)
Gasshô
Denkö,
ResponderExcluirMuito boa essa tradução, bem diferente, mas as duas se superam juntas. Qual é a editora/tradutor do seu livro?
- "...todos os dias são viagem e sua casa mesma é viagem"
"Luas e sóis (meses e dias) são viajantes da eternidade. Os anos que vêm e se vão são viajantes também. Os que passam a vida a bordo de navios ou envelhecem montados em cavalos estão sempre de viagem, e seu lar se encontra ali onde suas viagens os levam. Os homens de antigamente, muitos, morreram pelos caminhos, e a mim também, durante os últimos anos, a visão de uma nuvem solitária levada pelo vento me inspirou contínuas idéias de meter o pé na estrada."
ResponderExcluirTradução do Paulo Leminski
Amigo Seigen, a tradução é de Olga Savary e a editora é Roswitha Kempt/Editores, publicado em 1983.Talvez o Monge Jisho possa nos ajudar sobre qual o tradutor mais próximo do original uma vez que ele conhece não só o poeta como também a língua japonesa.
ResponderExcluirAcho que sim, assim que ele ler estes comentários...
ResponderExcluirSeru, obrigado pela contribuição. Gasshö
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