domingo, março 12, 2006
O ladrão de cobertor
Numa noite fresca um ladrão penetrou nos aposentos do monge Ryokan. Nada havia para levar. Nem comida, nem mercadorias que pudessem render poucas moedas. Da janela semi aberta, o vento brincava no cobertor puído, que cobria o corpo de Ryokan. Não teve dúvidas: carregou consigo o cobertor. Passado algum tempo, o monge acordou com a pele arrepiada de frio. Percebeu que nada havia para protegê-lo. Contemporizou-se. Mas pelo canto dos olhos divisou o céu, imensamente belo naquela noite de outono. Lá em cima, a lua cheia parecia mais próxima. Uma bola gigante que flutuava cheia de éter. E pensou na maravilha que tinha diante dos olhos: Um ladrão levou o meu cobertor/ Mas esta lua radiante/Ninguém me levará.
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