12. Pessoas desafortunadas e de poucas virtudes são incapazes de ouvir o nome dos três tesouros, quanto mais de tomar refúgio neles. Não busque amparo, compelido pelo medo, inutilmente, em espíritos das montanhas ou fantasmas ou santuários não budistas. Esse tipo de ajuda não nos liberta do sofrimento. Tomemos rapidamente refúgio nos três tesouros, o Buda o Dharma e a Sangha, não apenas nos libertando do sofrimento como nos dirigindo à realização da iluminação.
Não seria este texto, Shushogi, um tanto quanto doutrinário? Principalmente quando diz para não buscar amparo em "santuários não budistas." Não teria este texto um caráter "político"? Numa tentativa de conter o florescimento do cristianismo no Japão?
ResponderExcluirPasso a citar referência em livro que li recentemente:
"Também na época Tokugawa (1603-1868) o governo protegeu as escolas budistas e contribuiu para sua estabilidade e prosperidade. Estas se organizaram em instituições fortemente hierárquizadas e o governo central se serviu delas para combater o cristianismo e controlar a população por um sistema capilar de 'paróquias'. Nesse contexto não havia especulações teóricas inovadoras, também porquê o governo teria prontamente negado seu ensinamento. (...)"
Índia e Extremo Oriente: Via da Libertação e da Imortalidade, Massimo Raveri, ed. Hedra.
Nada estranho em dizer para não buscar amparo em espíritos das montanhas ou fantasmas, mas propor a exclusividade budista já parece uma afirmação um tanto quanto tendenciosa.
Parabéns pela sua conclusão !
ResponderExcluirSugiro a leitura de texto no endereço http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG73822-5990,00.html
"... O Dalai Lama recomenda aos interessados em seguir as práticas budistas que não abandonem sua religião de origem. Em sua autobiografia, intitulada Liberdade no Exílio, compara a religião a um remédio. Para diferentes doenças, diz o lama, os médicos receitam diferentes remédios. Da mesma maneira, cada necessidade espiritual precisa de uma resposta específica. O resultado é que o budismo passou a ser seguido por fiéis de todos os credos - católicos, protestantes, espíritas, muçulmanos, judeus. 'Podemos aliar o budismo a qualquer tipo de crença, e não há nenhum tipo de contradição nisso', diz Lia."
A reportagem acrescenta:
ResponderExcluir"O discurso do líder tibetano não incomoda pessoas pouco espiritualizadas ou mesmo essencialmente materialistas. O budismo se define como uma ciência da mente, pois o fim do sofrimento é alcançado pela purificação dos pensamentos ruins. A busca da natureza dos sentimentos segue, para os budistas, um método quase científico. Nunca um líder religioso deu antes tamanha importância à ciência quanto o Dalai Lama."
Se se observá-lo como doutrina, assim ele será. Outros o lêem como um poema. O que se pode dizer sobre ele, seguramente, é que é formado por palavras.
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