quarta-feira, agosto 15, 2007

Shushogi: 15

15. Em seguida, devemos receber os três preceitos puros: não praticar más ações, praticar boas ações e beneficiar todos os seres vivos. Então devemos receber as dez graves proibições: não tirar a vida de nenhum ser vivo, não tomar o que não lhe pertence, não ter conduta sexual imprópria, não mentir, não se intoxicar, não falar sobre a falhas alheias, não louvar os outros, não ser mesquinho com suas posses e com os ensinamentos de Buda, não permitir a raiva, não maldizer os três tesouros. Todos os budas recebem e observam os três refúgios, os três preceitos puros e as dez graves proibições.

2 comentários:

  1. "Graves proibições"???

    Antes a compaixão, não criemos dogmas e façamos votos.

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  2. A prática dos preceitos faz parte do caminho do Bodhisatva: Sila é uma das seis perfeições. Os votos são parte fundamental do treinamento de leigos e monges e têm sua origem no caminho óctuplo, a Quarta Nobre Verdade, proferida por Shakyamuni.
    Se o praticante entendê-los como "EU não posso fazer isso, ou EU não devo fazer aquilo", é preciso que se sente mais intensamente. Eles devem ser comprendidos não como "mandamentos", mas sob o ponto de vista da lei da causalidade. Quando o ilusão do ego se dissolver, não haverá alguém para cumpri-los ou não. Os preceitos, ao contrário do que se pensa no senso comum, não representam um cerceamento da liberdade ou um dogma, mas portas que conduzem à libertação das amarras do ego. Sua prática é importante como a do zazen. Zazen e preceitos devem andar juntos, como um pé na frente do outro, ambos se conduzindo. Então se percebe que eles 'facilitam' o zazen, e que o zazen propicia que eles sejam entendidos adequadamente. Afinal, mentes iludidas podem debater por toda a vida o significado dessas proibições, no entanto só prajna ilumina o significado de "não mentir", por exemplo. Da mesma forma, se se entender que "EU preciso fazer zazen", também estará errado. Então, não há problemas ou isso ou aquilo nos preceitos. Assim como no zendô nos locomovemos de determinada maneira, e não a torto e a direito, os preceitos nos orientam na vida diária. Essa é forma de poder manifestar a verdadeira natureza de cada um, e não o ego.
    Libertando-se do eu, a prática dos preceitos brilhará como um alegre e prazeroso sol, e então a compaixão se manifesta.
    No entanto, parece ser necessário que vez ou outra eles sejam quebrados. Se o praticante se sentir culpado por isso, é um sinal de que deve intensificar seu treinamento. Assim como deve fazer se se sentir coagido por eles.

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