sexta-feira, junho 08, 2007

Tetsuya Zazen

Nesta quarta-feira última tivemos a oportunidade de realizar mais um Tetsuya Zazen. Iniciamos às 18h30 e estendemos pelo resto da noite, até às 7h30 da quinta-feira. Muito mais gente do que o planejado vieram prestigiar o acontecimento. Entre elas, duas moças. Em torno de dez interessados sentaram-se incansavelmente por 12hs. Sem os incômodos do dia como o barulho da rua e os raios solares, a noite fria aumentou a vontade de continuar sentado em zazen. E, se tratando de uma atividade coletiva, o esforço mútuo foi um ponto de grande importância para o sucesso desta realização. Todos sentam-se juntos, comungando do mesmo princípio, com um coração único. Caso um ou outro resolvesse descansar uma sessão, acabaria desistimulando os demais na continuação desta prática. Por isso, exercitamos com calor a nossa compaixão. E quando achamos que não aguentamos mais a próxima sessão, quando todos ingressam na sala, ingressamos junto. Quando um pratica, ajuda o outro também a praticar. Penso que todos podem participar sem problemas de uma noite de Tetsuya Zazen. Dizer, "não consigo", seria o mesmo que substituir uma suposição pela experiência. Posto que podemos explorar todas as nossas potencialidades mentais em nossa curta vida. Se a nossa mente continuar "amarrada" a conclusões premeditadas nunca será livre. Quando sentamo-nos em zazen praticamos acima de tudo a nossa liberdade, pois naquele ato inexiste qualquer condicionamento. Senta-se com liberdade ou então não se senta. Está fora da relação dúbia "o que ganho com isso".
Em relação a isso, para um praticante interessado a postura de vida também deve se transformar: a inocência. Sem a inocência, o praticante não vai muito longe. Praticar sem nada ganhar é revelar o verdadeiro rosto da Iluminação, o rosto original, o rosto da inocência. Isento de maquilagem, de cacoetes, o praticante deve ser a verdade. A inocência é a alegria da prática, sem ela a prática torna-se árdua. Existindo a inocência, menos haverá campo para o sofrimento. Sendo a inocência um dos elementos da prática, o ego se sentirá enfraquecido. Quanto mais fraco é o ego, nem mesmo haverá um praticante da prática. A prática, o praticante e o universo todo serão a mesma coisa, como sempre foram, mas separados num certo momento em que a ignorância da existência do ego surgiu. Acabar com esta ignorância é a própria Iluminação.

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